Nota sobre o livro Desonra de J. M. Coetzee
J. M. Coetzee é um narrador sul-africano como Nadine Gordimer e Doris Lessing radicada na Rodésia e depois em Londres. Seus romances são a visão masculina de um país que tem muitas semelhanças com o Brasil: imensos progressos ao lado de oposições radicais entre a barbárie e as áreas de civilização branca, tecnicamente avançada, riquíssima e que também vive um apartheid social, longe das favelas e da miséria circundantes. Desonra, de J. Coetzee, faz parte da raça holandesa que criou na África do Sul castas distintas para os brancos, os negros e mulatos e para os indianos. Ele também vê, como as duas escritoras, a desintegração do país, quando a parte branca holandesa ou inglesa) tira passaportes com a intenção de emigrar para a Nova Zelândia, o Canadá ou a Austrália. A violência inter-racial, a tentativa de criar uma África do Sul sem racismo e que mantenha o progresso servem como pano de fundo aos três escritores. Coetzee não é tão dramático como Gardimer nem sem esperança como Lessing. São três autores semelhantes, mas diferentes em seu approach dos problemas das muitas raças e tradições na parte meridional da África: choques contra os fazendeiros ingleses brancos na Rodésia, atual Zimbábue, multiculturalismo como no Brasil, ou será melhor abandonar tudo rumo a um país de língua inglesa, sem negros e já organizado?
Reuso
Citação
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author = {Gilson Ribeiro, Leo},
editor = {Rey Puente, Fernando},
title = {Nota sobre o livro Desonra de J. M. Coetzee},
booktitle = {Racismo e literatura negra},
series = {Textos Reunidos de Leo Gilson Ribeiro},
volume = {1},
date = {2022},
url = {https://www.leogilsonribeiro.com.br/volume-1/4-literatura-africana/16-nota-sobre-o-livro-desonra-de-j-m-coetzee.html},
doi = {10.5281/zenodo.8368806},
langid = {pt-BR},
abstract = {Caros Amigos, n.46, 2001/01. Aguardando revisão.}
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