Leo Gilson Ribeiro

Que é mesmo para valer, já o título o diz. Mas vale por grata madrugada este livro de ensaios, e consola bem à gente haver um Leo Gilson. Ágil nos cimos raros ou nos obscuros fundos, ele me parece um gato – de lucidez e agudez. Espreita só o vivo, o que nos textos e autores verdadeiramente se mexe. Desdeixa de caroços e bagaços. Pega, capta, mede, pesa. E nele sente-se um mestre do entendimento, já se libertando na Caverna – consoante o mito platônico. Toma os símbolos pelo que devem ser: sombras reveladoras, janelas de plena transparência. Não tem medo de ver, de pensar, de olhar para cima. Rio adiante, assim é que – como numa das margens “de seu púlpito de nuvens”, Sören Kierkegaard, e, na outra, Novalis, o “idealista mágico” – ele nos descreve, entre mais três ou dois, menores, Kafka, tonto de crer e querer o inatingível e a milenaríssima sabedoria de Ionesco. Sou-lhe reconhecido pelo que nos traz: uma informação sob nítida luz e uma interpretação sempre redimidora.

– Ass. Guimarães Rosa – Rio, 4 de julho de 1964. In: Orelha do livro Cronistas do Absurdo. Kafka, Büchner, Brecht, Ionesco.


Outubro de 2023

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Figura 1: Volumes 1-10 da Coleção.

Reuso

Citação

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Gilson Ribeiro, Leo. 2022. “Leo Gilson Ribeiro .” In Textos Reunidos de Leo Gilson Ribeiro, edited by Fernando Rey Puente. https://doi.org/10.5281/zenodo.8368806.