O reacionário

Autor

Leo Gilson Ribeiro

Resumo
Jornal da Tarde, 1977/09/10. Aguardando revisão.

Savonarola da imprensa brasileira Nelson Rodrigues fulmina do púlpito da sua máquina de escrever uma multidão que recebe com urros e vaias suas advertencias trovejantes:

"Daqul a duzentos anos, os historiadores vão chamar este final de século de a mais cínica das épocas".

"Ai daquele que, num desafio suicida, tenta individualizar-se!"

"Nunca optamos tão pouco. Somos pré-fabricados. É difícil para o homem moderno usar um movimento próprio".

"O homem é triste porque, um dia, separou o Sexo do Amor. E assim o homem tornou-se impotente de sentimento e, portanto, o anti-homem, a antipessoa."

São João Batista moderno, Nelson Rodrigues investe contra os altares idólatras do Materialismo, aguarda o Messias, prega no deserto, não cede às múltiples tentações do Poder, essa encarnação contemporânea do Demônio. Hermitão desiludido, ele se recusa a ser mais um robô da manada tecnológica. Repele o papel de mera estação repetidora de slogans forjados pela Matriz da Ideologia Única - o Comunismo Primata - e denuncia as deformações que as semiverdades dos fanáticos de Ideologia Santa impõem a um público desinformado.

Às vezes, o dramaturgo carioca atinge o estilo lapidar de um epigrama corrosivo de Voltaire, de Shaw, de Juvenal:

"A pior forma de solidão é a companhia de um paulista".

"A superioridade do economista sobre o resto dos mortais é que ele fala do que ninguém entende."

"Poderíamos fazer uma Comissão Brasileira de Informações sobre os Estados Unidos. E saberemos então que singular esporte é esse de caçar a tiros Presidentes e candidatos a Vice-Presidentes".

"Amar é dar razão a quem não tem".

"A fidelidade tem que ser neurótica".

Deliciado com o adjetivo que lhe colocaram os que discordam dele, "o reacionário", ele o escolheu para título de seu último livro: O Reacionário - Memórias e Confissões (Editora Record, 526 páginas). São 130 crônicas ou Homílias para um Leitor Leigo. Propositalmente apresentam-se mal alinhavadas, dispersivas, repetitivas. Já na epígrafe ele avisa lealmente o leitor:

"Eu não existiria, sem as minhas repetições”.

As repetições, de fato, pululam: a grã-fina de narinas de cadáver; a insistência na predestinação do nome Emílio Garrastazu Médici para a Presidência da República; o pulha Palhares, o "que não respeita nem cunhadas"; seu amigo pessoal, o excelente contista mineiro Otto Lara Rezende; o médico que o salvou com dedicação sacerdotal de dois enfartes surge reiteradamente. Desenha-se, porém, através de todas estas páginas e até através de seus paradoxos, um perfil coerente: o mais importante autor de textos teatrais brasileiros coexiste com uma originalidade de percepção do cronista diário que camufla uma frase zombeteira, hilariante uma apreensão justa de acontecimentos e personalidades públicas.

Em outras palavras: as mesmas obsessões do autor de Bonitinha, mas Ordinária – a obsessão horrorizada com a violência, a lubricidade, a ausência total de escrúpulos na comunicação entre os seres humanos dá a seus textos de crônica a mesma lucidez e a mesma coesão de uma convicção moral inabalável no palco ou na coluna de Jornal. Seria imbecil confundir coerência com mumificação. O que naturalmente diferencia uma da outra é o espelho colocado diante da boca que emite tais argumentos e o espelho reflete inegavelmente que Nelson Rodrigues, além de respirar, pensa. Seu raciocínio é um fio contínuo que percorre toda a sua espantosa e vitalíssima criação teatral: são as poucas certezas que Nelson Rodrigues rebate há 40, 50 anos e que enfeixam como que o seu Credo pessoal

"O amor que não for eterno não é amor".

Os padres e freiras que trocaram o Cristo por Che Guevara e adoram a foice e o martelo em vez da Cruz perverteram o amor, aceitando a violência em nome de um amor que abre caminho através do sangue da injustiça".

"O ser humano é depositário de uma transcendência que o ultrapassa em suas misérias cotidianas: o efêmero é a máscara do Deus imutável e incognoscível que a mente humana deixa de lado por não poder decifrar Seus desígnios".

“O Socialismo é tão desumanizante quanto o Nazismo: santifica o crime e destrói o conceito moral, substituindo-o por um pusilânime Breviário da Estratégia de Tomada do Poder por Quaisquer Meios ou pelo mea culpa da "correção partidária", desumanizando assim populações inteiras subjugadas pelo terror instalado no Politburo".

A morte outra de suas obsessões adquire significados diversos segundo o regime: nos Estados Unidos, o delírio da liberdade leva à impunidade do crime - nunca se solucionou claramente o assassinio monstruoso do Presidente Kennedy. Já nos países além do Muro de Berlim aboliu-se a transcendência da morte, banalizada pela "Justiça ideológica" e corporificada nas ondas sucessivas de expurgos por Stálin, Brezhnev, Castro, Mao Tsé-tung. Quando um Jovem checo, Jan Pelach, se imola, ateando fogo à roupa, pira viva diante de sua pátria estuprada pelos tanques soviéticos, o Kremlin considera a sua morte "uma provocação burguesa" e o Partido Comunista Italiano condena o suicídio como "um erro de tática ideológica".

O autor que com o texto inovador de Vestido de Noiva inaugurou o teatro brasileiro, até então acorrentado à chorosa impotência dramática de um Joracy Camargo, não hesita, como o menino da profunda lição de sabedoria contida no conto de fadas de Anderson, em demonstrar que o Rei está nu.

De audácia em audácia ele ousa investir contra os Mitos Sacrossantos de nossa época como o de elevar os meros jovens ao pedestal de Oráculos Indiscutíveis da Verdade e da Sabedoria Oniscientes e Onipotentes. Pergunta, desafiador, do alto de seus 65 anos de idade, depois de iniciar sua carreira jornalística como repórter policial aos 13 anos: Onde estão os grandes líderes de menos de 30 anos? Que grandes obras, que nobres exemplos, que sublimes conclusões eles trazem como archotes pera iluminar uma humanidade prostrada ainda na caverna do obscurantismo, atada às tiranias de Direita e de Esquerda? Com o vigor de um Iconoclasta temerário, Nelson Rodrigues sacode as mistificações e ironiza, certeiro: basta que qualquer bobagem seja escrita em francês, importada de Paris como uma lavanda levíssima para o cérebro, para que vire uma verdade indiscutível, venerada nos altares da colônia mental brasileira. Se Sartre disse, ninguém duvida. Atualmente: Roland Barthes, afirmou, magister dixit, é líquido e certo, mudemos de assunto. Apresenta Arthur Miller como a mediocridade incensadíssima que é: não passa de um falso grande dramaturgo. Reage à desfiguração dos textos de peças teatrais por diretores que deturpam o autor com a mesma sem-cerimônia com que manipulam um público dócil e ingénuo.

Frequentemente, alude à progressão geométrica com que os idiotas se reproduzem, fazendo dos que pensam uma minoria cada vez mais insignificante. Chegamos ao extremo de os cretinos petrificados terem hoje assumido o controle de vários setores da vida pública. Ele não se refere a longínquos Idi Amins nem a epiléticos Kaddafis: fala por longa experiência jornalística própria, fala alicerçado por 50 anos de vivência diária de redações como a revista O Cruzeiro ou o jornal O Globo e outros:

"A festiva infiltrou-se em toda a imprensa brasileira. Os membros da festiva fazem uma vigilância feroz. Qualquer notícia que não convenha à esquerda vai para a cesta, sumariamente. Para o leitor, que nada sabe dos bastidores jornalísticos, pode parecer inverossímil o poder de uma estagiária de calcanhar sujo ao jogar no lixo, sem ler adiante, a notícia da comemoração de 70 anos de Gilberto Freyre. Inverossimilhança nenhuma. Reparem como o editorial é uma coisa e o resto do jornal outra. A direção opina no editorial. O resto do jornal fica por conta da infiltração comunista." Essa intransigência a priori transforma o suposto Poder Jovem numa verdadeira Ditadura: monoliticamente está sentenciado ao sepultamento em vida qualquer nome impresso que se insurgir contra esse Partido Único de redatores e copy-desks. É uma espécie de paredón tipográfico, mais grave ainda não só por ser de índole visceralmente antidemocrática, mas por resultar de uma tal ignorância e uma tal má fé levadas ao paroxismo que conduzem a uma inescapável conclusão lúgubre: o Poder Jovem renunciou à sua liberdade de pensar por si. Obedece meramente aos reflexos pavlovianos do Partido ou enche a boca de saliva cada vez que a sineta dos dogmas ressoa. É a total desumanização do homem, em nome do combate a regimes desumanos.

Equânime, Nelson Rodrigues acusa com igual imparcialidade os que designa, como sardônico humorista, de cretinos fundamentais, os que creem numa utópica "objetividade jornalística", infensa aos dogmas, mas imune ao sentimento humano também. É um despojamento igualmente desumanizador, tanto quanto o fanatismo político. Assim uma hipotética manchete "totalmente imparcial" que comunicasse a destruição de metade da humanidade por os uma bomba atômica ficaria limitada à frase de lacônica e vazia de qualquer comoção humana: "Metade da Terra arrasada pela Bomba. Não restam sobreviventes."

São devastadores em sua comicidade os exemplos de insensibilidade das estagiárias de jornalismo que nas redações, de telefone em punho, acossam seus entrevistados em qualquer situação. Descreve a cena de uma mocinha que enquanto cata lêndias na carapinha de um jornalista hippie seu colega insiste com sua interlocutora aflita: "Eu sei que seu marido acabou de ter um enfarte. A Sra. já me disse isso. Mas eu queria só uma palavrinha dele aí na tenda de oxigênio: ele é a favor ou contra a pilula?"

Nelson Rodrigues deleita-se visivelmente com a evocação tragicômica da carreira de suas peças polêmicas, capazes de despertar uma ira frenética e a indignação ultrajada de um público que acabou de assistir à sua tragédia Álbum de Família: um vereador saca de um revólver: "Onde está o autor? Quero matar esse tarado: "Senhoras colunáveis dançam o flamenco nas poltronas de veludo do Teatro Municipal, críticos atingidos pelo mal de Parkinson escorregam pelas cortinas. Nelson Rodrigues atinge o ápice da glória narciso-masoquista: "A verdadeira apoteose é a vaia. Os admiradores corrompem".

Memoralista sentimental em inúmeras destas páginas de memórias e confissões, ele pergunta nostalgicamente pelas carambolas da infância que sumiram ou evoca a recuperação da tuberculose no ambiente mórbido de um sanatório em Campos do Jordão. Cavando mais fundo, ele arranca do esquecimento os traumas da infância paupérrima. O trauma inextinguível tem a forma inesperada e prosaica de um sanduíche de pão com ovo. Mas para a senilidade de uma criança de seis anos, em seu primeiro dia na escola primária, aquele sanduíche envolto em papel aluminizado, em mãos de um colega rico, adquire a majestade suntuosa de um luxo proibido e acintoso, contraste contundente com a mísera banana que a mãe, lavadeira, lhe colocara nas mãos para ele não enfrentar o recreio com o estômago roncando de fome. Pungente, comovedora, é a crônica de homenagem ao irmão morto, Mário Filho, e o reconhecimento da sua transformação do cronista esportivo em um profissional remunerado, um jornalista digno, coautor do Mito do Futebol como paixão alucinatória de um povo.

E sempre Nélson Rodrigues insiste na bondade. A bondade do irmão. A bondade de um marido casado com uma megera digna de um conto de Dalton Trevisan. A bondade de um médico imune à ganância desenfreada que transformou o juramento de Hipócrates em lucrativos juramentos de hipócritas sem escrúpulos. A bondade parece ser o metro humano com que Nelson Rodrigues mede tudo o que é humano. Trata-se de um romântico? De um idealista? De um cristão? De tudo isso e ainda de um lírico e de um patriota, que crê na trindade Brasil, Amor e Morte, o mesmo Eros e Thanatos que une as tragédias amorosas de Tristão e Isolda ao pacto de morte de humildes namorados da Zona Norte do Rio de Janeiro.

Que soma deixa para o leitor a leitura desse livro plural, multiplo, tão grande é a sua vivacidade, tão intensa a convicção em ideais imutáveis que lhe dá alma?

Do lado positivo, sem dúvida, fica a certeza para o leitor de que o autor escreve movido pela mesma cólera incandescente de ódio a tudo que é postiço e amoral. Inesquecível é a página extraordinária em que ele compara a grandeza moral de Solzhenitsin com a covardia de Pablo Neruda, quando este se nega a comentar a invasão da Checoslováquia pelos blindados russos "pois não podia, como diplomata, criticar um governo amigo". O que fica de O Reacionário é uma integridade moral, a mesma virtude de comportamento ético para com o próximo que o escritor admira em Zola, em Solzhenitsin, em Tolstói: manter-se fiel a si mesmo, dizer "não" à mentira, ao suborno, à pusilanimidade. Sem dúvida, para os que não arquivam tudo nos escaninhos primatas do "útil" ou "prejudicial à Causa, estas páginas são um magnífico apelo ao Raciocínio individual.

A parte plenamente discutível e lamentável até das teses de O Reacionário é a sua ausência de matizes. É um maniqueísmo comprovável pela análise da imprecisão de termos como "povo", "Jovem", "Socialismo"e outros vocábulos genéricos. Aí Nelson Rodrigues revela uma faceta talvez insuspeita da sua avaliação do ser humano, pois para ele só o indivíduo é capaz da Redenção e é a mola da integridade humana que, sem ele, se desconjuntaria. No entanto, surpreende o seu desprezo, soberano por aquilo que ele erroneamente chama, com maiúscula, de Povo. Ao assistir ao filme de Glauber Rocha, Terra em Transe, comprova: "Mandam o Povo falar e este faz uma pausa ensurdecedora. E, de repente o filme esfrega na cara da plateia esta verdade mansa, translúcida, eterna: o Povo é débil mental". Não é preciso pôr Nelson Rodrigues de quarentena como fascista. Freud descria do ser humano a ponto de, lugubremente, concluir que "90% da humanidade é feita de rebotalho imprestável". Platão, em sua República ideal regida pelos melhores, Heráclito ao descrever que "um só (melhor) vale mais do que mil (medíocres)“, Carlyle e sua crença historicamente documentada de que são os heróis que plasmam a História dos povos - todos criam uma aristocracia da mente, os melhores formam uma elite da inteligência e da cultura, não fruto de segmentos sociais de uma estrutura política. Nelson Rodrigues confunde Povo com o que a sociologia já definiu como irracionalidade das multidões, arrastadas pelo carisma magnético de um Hitler ao morticínio, ou ao linchamento de um inocente pela eloquência criminosa de um racista no Sul dos Estados Unidos, ou pelo sadismo de um delinquente impune nas ruas de Nova Iguaçu. O que distingue o culto de uma aristocracia por Nelson Rodrigues de uma verdade sociológica e política é a inexatidão com que ele, neste caso, utiliza as nomenclaturas. Seu horror à tuba, à canaille não elimina, com uma penada leviana, toda cultura, em termos antropológicos válidos, de que o Povo tem dado mostras, no decurso de toda a História, em meio a todas as opressões da cultura oficial e elitista seria indispensável uma distinção entre o Povo, como coletividade criadora de valores, e a insignificância intelectual, que não constitui privilégio de nenhuma classe.

Não há coerência, neste episódio, em se defender a democracia e se desprezar o elemento vital que lhe dá essência, o componente grego demos que Nelson Rodrigues sabe significar precisamente o Povo. Nem seria necessário citar autores eruditos como Margaret Mead, Edgard Morin, E. Hall, Levy Strauss, Ruth Benedict e outros analistas das culturas paralelas às que se estabelecem simultaneamente com a cultura predominante para demonstrar a fragilidade dessa postura.

A mesma falta de exatidão e de nuance se comprova quando ele faz generalizações sobre o "pensamento socialista” e que são generalizações aplicáveis ao Comunismo. Afinal, entre o socialismo democrático do Labour Party inglês ou das democracias monárquicas dos países nórdicos ou da Holanda e o pseudo-socialismo soviético - que a China descreve acuradamente como Sócio-imperialismo - há um abismo tão grande quanto entre a teoria social de Rousseau e a de Maquiavel ou Confúcio. E por que não distinguir a semente de mudança de uma estrutura social, política e econômica injusta, a semente socialista, do gérmen destruidor da mudança, o imobilismo monolítico e decrépito das "Repúblicas Socialistas" do lado de lá do Muro de Berlim?

Os senões menores, como a crença ingênua de que o ex-presidente Médici descera so povo, indo ao estádio perguntar ao jogador indio como é que ele pudera perder aquele gol", são senões de esquecimento: o mesmo Chefe da Nação que se envolvia na bandeira nacional, quando o Brasil se tornou tricampeão mundial de futebol, é o mesmo que deu ao ex-ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, essa Transamazónica de Obscurantismo: o poder discricionário da Censura prévia, instituída - lúdica ironia! - no mesmo ano em que que o Brasil só ficava com os pés no gramado sem censura.

São ciscos ou manchas imperdoáveis que embaçam ou desvirtuam a perspectiva de Nelson Rodrigues, conforme a severidade de juízo de cada leitor. Não seria exagerado supor, no entanto, que O Reacionário compensa esses lapsos de língua e de memória. Os valores que ele defende são exatamente os de uma reação enérgica contra o empulhamento dos "parasos" amordaçados dos Partidos únicos em Budapeste, Praga, Havana, engodos que se cristalizaram na fisionomia hoje de quem reagiu contra esse "socialismo", exigindo que lhe dessem um rosto humano das manchetes e do poder: Dubcek. Quem negar a bestialidade dos "tratamentos" psiquiátricos soviéticos comprovados no Congresso Internacional de Psquiatria, encerrado na semana passada, em Honolulu, então, sim, este será digno do primeiro museu de paleontologia à mão ou chacal capaz de ser transformado em espectro do Nazismo ressurgente na Alemanha Ocidental, pois Hitler está por trás da mesma praxis do Eixo como da Moscou bolchevista. Basta pensar na perspectiva nada teórica, mas palpavelmente aterradora seguinte:

Neste momento, em alguma parte dos 22 milhões de km2 da União Soviética, o Sócio-Imperialismo de Brezhnev aplica em algum dissidente político a versão "socialista" do "pau-de-arara": uma dose de psicotrópico capaz de tornar esse ser humano em massa amorfa e frenética, impossibilitado de manter a mesma posição, sentado, deitado, de pé, um minuto sequer. Ou no vasto Gulag planetário da URSS injeta-se enxofre na carótida, como sucedeu ao matemático Leonid Pliutsch, deixando-o leguminosamente paralisado semanas a fio: pensar, discordar tornou-se um crime político. Obviamente, para os potenciais carrascos cúmplices deste novo genocídio, Nelson Rodrigues será um reacionário: os fins não justificam qualquer meio? Mas para quem acredita que o ser humano supera a biologia, as leis econômicas, o sanguinário exercício da tirania, este livro desigual tem páginas inéditas de benção, de bálsamo, de estímulo e de destemor inesquecíveis para o leitor livre.

Reuso

Citação

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Por favor, cite este trabalho como:
Gilson Ribeiro, Leo. 2024. “O reacionário .” In Aspectos do Teatro Contemporâneo, edited by Fernando Rey Puente. Vol. 11. Textos Reunidos de Leo Gilson Ribeiro. https://doi.org/10.5281/zenodo.8368806.